Tenho certeza que você já ouviu termos como “soft skills” ou competências socioemocionais e nesses novos tempos, “tempos de pandemia”, essa temática está ainda mais em discussão no meio acadêmico e mercado de trabalho.
Isso porque, para lidar com insegurança, ansiedade, medo, isolamento, mudança de rotinas e indefinições é preciso ter empatia, resiliência, foco, responsabilidade, cuidado consigo e com o outro, entre outras competências.
Essas competências são capacidades individuais que se manifestam nos modos de pensar, sentir e nos comportamentos ou atitudes para cada indivíduo se relacionar consigo mesmo e com os outros. Segundo diversos estudos sobre o tema, essas competências são flexíveis e maleáveis, manifestando-se com intensidade e modos diferentes de acordo com os elementos sociais e culturais que atravessam a história de cada pessoa, e sendo, assim, possíveis de serem desenvolvidas ao longo da vida.
O Instituto Ayrton Senna desenvolveu um material super completo sobre essa temática, categorizando 5 macrocompetências e 17 competências socioemocionais que devem ser consideradas e desenvolvidas pelas escolas do Brasil. Essas 17 citadas não esgotam a lista das possíveis competências socioemocionais, mas estão diretamente relacionadas as 10 Competências Gerais da BNCC (Base Nacional Comum Curricular).
Então o desafio é buscarmos como o ambiente escolar pode oferecer oportunidades para cada indivíduo identificar, desenvolver e colocar em prática essas competências. Um caminho interessante, atual e motivador são os Projetos de Empreendedorismo Social.
Isso porque esses projetos podem ser desenvolvidos de forma Transdisciplinar, incentivando o uso dos conhecimentos adquiridos nas diferentes disciplinas do dia a dia escolar e o envolvimento dos alunos com a comunidade local, atendendo suas necessidades e ainda podendo ser inspiradores para seu envolvimento profissional futuro.
Em uma visão geral, o planejamento desses projetos pode ser feito em 5 etapas:
1. Interpretar e classificar os problemas locais;
2. Mapear localmente as necessidade e identificar o problema central que se pretende resolver com o projeto;
3. Desenvolver a proposta de valor e seu objetivo de atuação, junto com os elementos e atividades chave;
4. Identificar os recursos necessários para implementar o projeto, além de categorizar as fontes de recursos já existentes. Avaliando possibilidades de geração de receita, fontes de financiamento e mapear/alavancar potenciais parceiras;
5. Definir a melhor forma de medição de impacto e os indicadores mensuráveis.
Olhando superficialmente essas etapas, já conseguimos listar diversas competências socioemocionais a serem trabalhadas, como organização, responsabilidade, empatia, assertividade, entre muitas outras.
Dessa forma, acreditamos que as escolas devem planejar vivências de aprendizagem que contemplem o desenvolvimento intencional dessas competências, sendo que por meio de projetos práticos e inspiradores, os estudantes e as instituições se transformam também em promotores de benefícios para toda a comunidade.
Pense nisso!
Em um mundo cada vez mais conectado, no qual ações em qualquer parte do mundo reverberam com velocidade e força ao mundo todo, pensar e agir consciente de que não estamos em uma bolha é competência necessária para uma boa formação em qualquer nível.
Parabéns pelo artigo.