Sou gestor de uma escola/IES que foi empurrada para o ensino remoto. E agora?

Ser gestor de uma escola ou de uma Instituição de Ensino Superior no Brasil não é uma tarefa fácil e sabemos disso. Além de todas as dificuldades que se conhece de manter uma empresa, a área de educação exige uma responsabilidade muito grande com a qualidade do serviço prestado devido à importância e ao impacto que tem para o país.

Com a pandemia, todos foram obrigados a se reinventar, investir em sistemas de mediação por tecnologia, capacitar docentes e criar estratégias pedagógicas que permitissem que os estudantes continuassem tendo acesso aos professores e aos conteúdos, garantindo o desenvolvimento das competências previstas e fazendo com que o sistema educacional brasileiro não parasse.

Verdade seja dita, acho que aprenderemos algumas lições com isso tudo:

  • apesar de alguns conteúdos terem sido prejudicados, os estudantes não deixaram de desenvolver competências e o aprendizado se manteve, fortalecendo a necessidade de uma educação menos conteudista e mais focada no desenvolvimento de competências;
  • algumas alternativas a que fomos submetidos mostraram-se de tal forma eficientes que parece terem vindo para ficar, como é o caso dos ambientes virtuais de aprendizagem, dos celulares e de outros equipamentos eletrônicos que passaram a ser vistos como aliados;
  • não tivemos como deixar os estudantes 100% do tempo na presença dos professores e utilizamos métodos assíncronos, que promoveram autonomia e se mostraram eficazes.

Apesar do Ensino Híbrido não ser uma proposta nova, como podemos ver nessa publicação Ensino Híbrido em debate, do portal Desafios da Educação e em Ensino híbrido: conheça o conceito e entenda na prática, da Revista Nova Escola, ele surge como uma alternativa capaz de, aproveitando todo investimento já realizado em mediação tecnológica e em desenvolvimento de novas metodologias, fornecer um modelo pedagógico que garanta uma educação de qualidade com um custo viável.

Não gosto muito da expressão “Novo Normal” e explico: para mim, estamos em constante mudança, o mundo é volátil, é dinâmico e tudo nele evolui com uma velocidade que sempre foi maior do que a nossa capacidade de acompanhar as mudanças, como mostra o relatório Future of Work, do Foundation for Young Australians (FYA), de 2015, que já trazia que 60% dos jovens estavam sendo preparados para profissões que deixariam de existir e, até agora, pouco foi feito para mudar isso.

Então, por que não aproveitamos essa “oportunidade” e utilizamos todo esse investimento já realizado no aporte tecnológico e metodológico para aprimorarmos nosso modelo acadêmico, melhorar nossos métodos pedagógicos e, com redução de custos operacionais, ainda nos diferenciar no mercado, fornecendo uma qualidade de aprendizado aos nossos estudantes com a qual possamos nos orgulhar?

A Doctus acredita que inovar é aproveitar oportunidades e investimentos já realizados para a melhoria da qualidade de nossos processos educacionais. E para você, o que é inovar?

2 comentários em “Sou gestor de uma escola/IES que foi empurrada para o ensino remoto. E agora?”

  1. Prezado Sílvio, muito oportuno seu artigo. Parabéns!
    Também não gosto da expressão “novo normal” e devemos acompanhar as propostas educacionais de outros países sem esquecer que no Brasil tudo parece ser ainda mais complexo que no restante do mundo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *